Sábado, 30.08.08

Eu só queria

Fechar os olhos. Adormecer. Ouvir as palavras que necessito. Sentir o abraço que me dá força. Ter tempo. Pisar a areia. Deixar-me invadir pelo sol e pelo murmúrio do mar. Acreditar que tudo vai ficar bem. Continuar a conter as lágrimas.  Respirar... devagar.

(Midge Ure - Breathe)

publicado por Teia d´Aranha às 13:17 | Comentar | Ver comentários (34)
Terça-feira, 26.08.08

Entre batas brancas, bisturis, ligaduras e afins...

Pois é! Estava a fazer-me falta uma certa acção, uma certa adrenalina para que as férias tivessem aquele sabor de o-que-é-bom-acaba-depressa. Solução? Acabá-las no hospital!

Não... não é um novo conceito de fazer férias e também não devem entrar em pânico! Não organizem já excursões, não tentem saber em que piso estou ou o que me aconteceu! Até porque não sou eu a doente, mas, estes últimos dias e noites quase me mudei de armas e bagagens para o hospital local. Este post está mesmo a ser concebido in loco.

Tenho, portanto, ouvido muita coisa, observado ainda mais  e cheguei a uma conclusão: quem diz mal do nosso sistema de saúde e, mais concretamente, dos nossos hospitais... não merece o ar que respira nem a água que bebe!

Eu tenho constatado como tudo é pensado ao pormenor, como tudo é idealizado e concebido para que o doente... vá o mais depressa possível para casa! Por detrás de tudo isto, deve, certamente, existir um cérebro brilhante que arquitecta planos geniais com vista à rápida recuperação de cada enfermo...

 

Comecemos pelos quartos: apenas duas camas, logo, apenas dois doentes. Bastante razoável. Até televisão há, mas... apenas sintoniza a TVI! Agora digam-me: qual é a alminha que aguenta uma estadia prolongada no hospital a levar com o Goucha, a Júlia Pinheiro e os Morangos? É antes uma luta desesperada para que desliguem soro e deixem ir a correr para casa!

Capítulo da alimentação: puré  e arroz que fazem concorrência a muita argamassa, carne e peixe que elevam qualquer ração de combate à categoria de "nouvelle cuisine".

Casa de banho: aquela que sou obrigada a frequentar não fecha. Ou seja, sou obrigada a encostar o caixote do lixo para que as minhas intimidades não fiquem à vista de quem passa! E papel higiénico é coisa rara por aquelas paragens e, como não há moitas, lá vai  a menina de rolo em riste!

Os seguranças: há tipos que gostam de fingir que as funções que exercem dão uma trabalheira do caraças. Vai daí, implicam com Deus e com o Diabo. Exemplo: 5 lugares de estacionamento destinado a deficientes, devidamente assinalados no chão e na parede. A sô dona Teia estaciona o veículo no lugar ao lado. O sô Segurança vem direito a ela e pergunta se tem autocolante no carro a indicar que é deficiente. Estive tentada a perguntar se ele por acaso queria um para ele! Mas limitei-me a indicar a sinalética dos lugares e fazer-lhe reparar que onde estacionei nada havia! Como estes "gaijos" não gostam de se dar por vencidos, ainda para mais frente a uma mulher, limitou-se a grunhir "Pronto, vá lá, vá lá!". Apeteceu-me pô-lo em coma, mas estava com pressa...

As visitas: eu até desconfio que há visitas que são escolhidas pelo hospital, como o público que é contratado para certos programas de televisão. Estão a ver aquelas visitas que vão averiguar as maleitas dos doentes dos quartos vizinhos e depois vêm fazer o relato? Aquelas visitas que se saem com "Olha, e sabes quem morreu esta semana?" e depois lá dão o obituário completo da paróquia e, não satisfeitos com isso e para que tudo fique mais animado, ainda acrescentam "Ah! E o filho do Felismino teve um acidente... coisa feia mesmo... e parece que não se safa...".

 

É ou não de nos  pormos a destilar saúde por todos os poros e rumar a casa a toda a velocidade? É ou não um sistema de saúde muito bem engendrado? 

(Robert Palmer - Bad Case Of Loving You (Doctor, Doctor))

 

Sinto-me: "olheira" do SNS
publicado por Teia d´Aranha às 19:57 | Comentar | Ver comentários (28)
Sexta-feira, 22.08.08

Maquiavel (ico)...

Numa daquelas conversas  sérias, profundas que convidam à reflexão sobre os aspectos mais enigmáticos da nossa existência,  a dada altura, refiro-me aos dez mandamentos de Maquiavel. Mas reparo de imediato que o meu interlocutor tinha afixada aquela expressão de quem está a pensar "Pronto, ela voltou a não tomar os comprimidos e, ainda por cima,  eu só tenho pastilhas para a garganta!". Apesar disso, não desfiz a dúvida e mandei-o investigar! Sim, porque eu fomento a aprendizagem pela descoberta... Não dou o peixe, ensino a pescar!

No entanto, e porque estou numa  de "Post de Serviço Público", resolvi partilhar com todo este vasto (cof... cof... cof...) auditório os tais mandamentos.

Mas antes de mais... quem foi o tal  Nicolau Maquiavel? 

Foi, segundo rezam as crónicas, um notável escritor e político italiano (1469-1527). E teve a brilhante ideia de, num dia em que estava mergulhado numa pasmaceira total, escrever 10 mandamentos que ficaram célebres. Já vão perceber porquê.

Eu li-os todos com muita atenção e sabem que mais? Consigo, sem grande esforço mental, elaborar uma extensa lista de camafeus que os cumprem à risca...

 

 

1 - Zelai apenas pelos vossos interesses.

2 - Não honreis a mais ninguém além de vós.

3 - Fazei o mal, mas fingi fazer o bem.

4 - Cobiçai e procurai fazer tudo o que puderdes.

5 - Sede miseravéis.

6 - Sede brutais.

7 - Lograi o próximo toda vez que puderdes.

8 - Matai os vossos inimigos e, se for necessário, os amigos.

9 - Usai a força em vez da bondade ao tratardes o próximo.

10 - Pensai exclusivamente na guerra.  

(The Rolling Stones - Sympathy For The Devil)

 

Sinto-me: maquiavélica!
publicado por Teia d´Aranha às 15:11 | Comentar | Ver comentários (20)
Quinta-feira, 21.08.08

Andam tão enganados!

No meu último post, quando estava a escolher um tema do Sting para o ilustrar, lembrei-me de uma outra música que fez furor em 83, quando o cantor ainda fazia parte dos Police: "Every Breath You Take". E veio-me à memória por ser provavelmente uma das canções que tem sido interpretada da forma mais errónea.

Por soar a uma canção de amor, muita gente já a tem dedicado à cara-metade, ao amigo, à amiga, ao gato, ao cágado e por aí fora... Há até quem tenha chegado ao ponto de a utilizar como "banda sonora" do próprio casamento (!!!)... quando, no fundo, se trata de uma canção escrita quando Sting se divorciou da sua primeira mulher, Frances Tomelty. Irónico, no mínimo, não?

A canção fala de um tipo completamente obcecado pela ex-mulher, que confessa  amá-la ainda, mas em quem já não confia... 

 

Portanto, meus meninos e meninas, pensem melhor antes de dedicarem o tema a alguém... É que de "fofinho, amoroso e quiducho"... não tem nada! 

(Sting - Every Breath You Take)

 

Sinto-me: destruidora de ilusões!
publicado por Teia d´Aranha às 15:53 | Comentar | Ver comentários (24)
Segunda-feira, 18.08.08

Os degraus do coração

Quem se deu ao trabalho de ler o post anterior, sabe que estou a provar do meu próprio "veneno". Este título foi o que atirei à fronha daquela que só diz disparates para que ela desenvolvesse no seu blog. Mas acordo é acordo. Combinámos discorrer sobre o tema anterior e sobre este. E eu sou de honrar os meus compromissos. Talvez o faça com uma visão mais pessimista, mais dura... A visão da Teia, como sempre.

 

Imaginem uma escadaria enorme, à imagem do Bom Jesus de Braga, por exemplo. Vista de baixo, é de uma grandiosidade que nos leva a pensar duas vezes antes que nos decidamos a subi-la, pelo esforço que exige.

Possivelmente não serei a única, mas consigo facilmente transferir a metáfora da escadaria para as relações que estabeleço com os outros. Essa escadaria é o coração. Com poucos degraus para uns, com degraus quase a perder de vista para outros.

À nascença, há quem teoricamente atinja o topo da nossa escadaria de forma natural: os pais, a família. E digo teoricamente porque é comum ouvirmos a expressão "A família não se pode escolher", ou seja, há quem não sinta pelos "seus" o amor que seria suposto sentir, por motivos que não interessa agora dissecar .

Mas e os outros, os que não fazem parte do seio familiar? Como fazem essa escalada?

Para mim, a velocidade com que se sobe os degraus depende não só do do dono da escadaria, mas também de quem pretende subi-la.

 

Há quem, por ingenuidade ou boa-fé excessivas, permita um acesso fácil e rápido ao cume do coração, colocando uma espécie de escada rolante. Não exige esforço, não há cansaço, não há qualquer obstáculo. Para muitos... a escadaria ideal. Mas a rapidez com que atingem o cimo é semelhante àquela com que abandonam esse coração que os recebeu com tanto facilitismo. E esse coração vive num constante entra-e-sai. Ninguém permanece por muito tempo e muito menos... para sempre.

 

Temos depois aquela escadaria com que mais me identifico. Feita de muitos degraus, de pedra tosca, sem polimento e que, inevitavelmente, não agrada a toda a gente, sobretudo aos que esperavam encontrar a tal escada rolante. Mas mesmo com aspecto mais rude, há quem se empenhe em tentar ir conquistando cada um dos degraus ao ritmo imposto pelo dono do coração...

Há quem se empenhe e dê provas de querer ir até ao fim independemente de tudo, não recuando um só passo; quem chegue a meio caminho e não consiga ir mais longe por falta de persistência, de carácter e, consequentemente, por lhe ser vedado o acesso aos restantes degraus. Há ainda quem se fique por uns míseros degraus, mostrando pouca ou nenhuma capacidade de luta na conquista dum espaço no nosso coração. São aqueles a quem, sem qualquer remorso, indicamos a porta de saída.

Mas  o pior é quando aqueles a quem, finalmente, autorizámos que pisassem o derradeiro degrau e se instalassem confortavelmente na nossa vida, nos decepcionam, nos ferem, deixam de ser merecedores da nossa confiança, do nosso respeito, da nossa amizade ou do nosso amor. Aqueles que por terem atingido o lugar cimeiro no nosso coração, julgam que nada mais resta a fazer ou resolvem tirar a pele de "cordeiro" com que subiram os degraus e mostrar a de "lobo" que sempre envergaram de forma muito bem dissimulada. A estes nunca colocámos escadas rolantes, mas, em muitos degraus, estendemos a mão para que a escalada não fosse tão penosa ou demorada.

E o que lhes acontece depois de tudo isto? Recebem ordem de despejo! São atirados escada abaixo a uma velocidade vertiginosa para que a queda seja tão dolorosa quanto a mágoa que provocaram... E jamais lhes será dada uma nova oportunidade de colocar o pé num único degrau que seja.

 

Visão insensível... a minha? Talvez sim... talvez não...

 (Sting -  Shape Of My Heart)

 

publicado por Teia d´Aranha às 18:06 | Comentar | Ver comentários (22)
Quinta-feira, 14.08.08

Amor, traz-me um copo d'água!

 

 

O mal deve ser geral: em Agosto até a inspiração vai a banhos e o cérebro adormece. No meu caso, até acho que parou por completo... Já houve inclusive quem me tivesse feito esse reparo...

Hoje deu-me vontade de escrever, mas foi como se quisesse fazer um bolo e verificasse que não tinha nem farinha nem açúcar ( e não me venham dizer que posso fazer um bolo sem farinha e sem açúcar! Deixem-se de merdas tretas!).

Estava eu a comentar isto mesmo com a irracional, quando a "gaija" sugere: "E que tal se eu te desse um título para dissertares e tu davas-me um a mim?"

Toda a minha vida tem sido assim: se não são os problemas a procurarem-me... sou eu que os procuro. Por isso, quando a menina veio com aquele paleio, não virei a cara e disse-lhe logo: "Tu arranjas títulos do caralhinho arco da velha, mas chuta aí!". E ela não se fez rogada e atirou-me com o de hoje. Já eu, menina comedida e que se rege pelos valores mais sagrados, espetei-lhe com o título "Os degraus do coração" (coisinha mais deprimente!).

Bem, conversa para aqui, treta para acolá e acordámos que cada uma de nós pegaria nos dois temas nos respectivos blogs para vermos as diferenças entre as duas pérolas literárias, de fazer inveja às Páginas Amarelas.

 

"Amor, traz-me um copo de água!" não foi um título que me tivesse dado grandes dores de cabeça porque, para mim, amor e água... têm uma relação estreita, muito estreita mesmo.

Eu tinha jurado a mim mesma nunca falar da minha vida sexual neste espaço (sim... também tenho vida sexual... por incrível que pareça!), mas hoje vou ter de romper com essa promessa e abrir a janela da minha intimidade (É apenas a janela, não pensem que vou escancarar a porta!).

Todos temos hábitos, manias, rituais e no acto propriamente dito há comportamentos que se repetem, acções personalizadas. Há quem chame por Deus, quem morda os lençóis, quem enterre as unhas no corpo do/a parceiro/a... e toda uma panóplia de atitudes animalescas, cuja inactividade cerebral que acuso neste preciso instante não me permite recordar.

 

Agora arregalem os olhinhos que vem aí bomba: o que faço eu?... Eu...eu... eu bebo litros de água! Dá-me securas, muitas securas... Mas, por norma, o que acontece? Acontece que na loucura do momento não me vem à idéia levar a reboque  o garrafão (ok! É apenas uma garrafa) e nem me atrevo a interromper o "andamento". Julgo que não seria lá muito oportuno soltar algo como: Meu querido, aguenta aí os cavalos que vou rapidinho à cozinha buscar um copázio d'água e já acabamos de tratar do nosso "dossiê"... Por isso, tenho duas hipóteses: ou bebo água feita camelo antes de... ou enfio o garrafão do precioso líquido pela goela abaixo no fim...

 

Pelo sim, pelo não... hoje fui às compras e trouxe dois garrafões...

 (Smoke City - Underwater Love)

 

Sinto-me: cerebralmente... inactiva...
publicado por Teia d´Aranha às 23:29 | Comentar | Ver comentários (32)
Terça-feira, 12.08.08

I feel so helpless

 (Seether - Rise Above This)

 

Take the light, undarken everything around me
Call the clouds and listen closely I'm lost without you
Call your name every day when I feel so helpless
I've fallen down but I'll rise above this, rise above this

Hate the mind, regrets are better left unspoken
For all we know, this void will grow
And everything's in vain, distressing you though it leaves me open
Feels so right, but I'll end this all before it gets me

Call your name every day when I feel so helpless
I've fallen down but I'll rise above this, rise above this
Call your name every day when I seem so helpless
I've fallen down, and I'll rise above this, rise above this doubt

I'll mend myself before it gets me
(I'll mend myself before it gets me)
I'll mend myself before it gets me
(I'll mend myself before it gets me)

Call your name every day when I feel so helpless
I've fallen down but I'll rise above this, rise above this
Forty eight ways to say that I'm feelin' helpless
I'm Falling down, falling down, but I'll rise above this, rise above this,
Rise above this, rise above this doubt

 

publicado por Teia d´Aranha às 14:18 | Comentar | Ver comentários (12)
Sexta-feira, 08.08.08

Vamos ao que interessa...

O

"És tão linda que nem dás vontade de foder, dizia. Eu não consigo. Dizia outras coisas, grande parte perde-se no ar, mas algumas, poucas, raras, ficam guardadas e voltam de vez em quando, nas alturas mais despropositadas, atrapalhando o que se está a fazer. És tão linda que nem te consigo foder. Eu, pelo menos, não consigo."

 Pedro Paixão, muito, meu amor

  

Tenho este livro há anos. Foi-me oferecido e ainda não o tinha lido. Como as férias convidam à leitura, hoje, abri-o e li-o enquanto o diabo esfregava o olho (qual deles? Não faço ideia!). São apenas 88 páginas e letra que dispensa os óculos.

Mas, a dada altura, chego a este excerto e... "Pára tudo!!! Como é que é?! És tão linda que nem dás vontade de foder...?!"

 

Tentei, por momentos, colocar-me na situação que suscitasse uma saída airosa destas... Hummm... A maioria das "gaijas", não sei, mas, eu encontraria mais do que uma hipótese explicativa para que um tipo sacasse de tal argumentação :

 

hipótese 1 - "Pois sim! Achas é que eu pareço um berlier estampado e nem que eu enfie um saco preto do lixo nas trombas terás alguma coisa comigo..."

hipótese 2 - "Pareço-te é muita areia para a tua camioneta e já estás a ver que não consegues dar conta do recado..."

hipótese 3 - "Lembraste-te agora que tens vestidas aquelas cuecas enormes que a tua madrinha te ofereceu no Natal e sabes que assim que te despires me vai dar a maior dor de cabeça de toda a história!"

hipótese 4 - "Este gosta de gajas peludas! Bem podia ter dito antes... sempre tinha evitado que eu gastasse um balúrdio em depilação e nem o buço tinha tirado!"

 

Há mais hipóteses?! Não duvido nada!

 

Sinto-me: com dúvidas...
publicado por Teia d´Aranha às 22:38 | Comentar | Ver comentários (48)
Quinta-feira, 07.08.08

Si seulement je pouvais...

... saisir ton âme et lire toutes tes pensées,

... pénétrer dans ton regard et deviner tous tes souhaits,

... toucher tes lèvres et dévorer tous tes secrets,

... plonger dans ton corps et faire de ce moment une éternité,

... prendre ta main et guider tes pas,

... te montrer que le droit au bonheur t'appartient aussi...

 

  

 

Si seulemente JE pouvais...

 

Je sais, qu'un jour, on s'est promis de tout se dire, de rien se cacher... mais, aujourd'hui, j'ai peur de te dévoiler ce que je ressens encore pour toi.

Je crains que ton regard croise le mien et qu'il soit capable de lire l'amour qui habite encore en moi, que la chaleur de mon corps dénonce plus que le simple désir, que ma bouche prononce "je t'aime" au lieu de "je te veux"...

 

Si seulement TU pouvais...

 ...me dire "Je t'aime"...

 

 

Esclarecimento: Estão a pensar: "Pronto, passou-se de vez!", não é?

Depois de uma carta de desamor... uma declaração de amor... ou algo parecido.

Foi-me pedido, há tempos, que fizesse um post em francês. Resolvi juntar o útil ao agradável... Até porque FRANCÊS combina com AMOUR.... Digo eu!

 

publicado por Teia d´Aranha às 01:02 | Comentar | Ver comentários (37)
Terça-feira, 05.08.08

Carta de desamor

Deves estar surpreendido por  receberes uma carta minha.

Não te iludas! Não tem nada de surpreendente. Foi o único meio que encontrei para te dizer tudo o que não foi dito, sem ser obrigada a ouvir novamente a tua voz ou  a olhar  uma vez mais para a tua cara. Sabes bem que não sou de virar as costas e de me calar, mas a tua simples presença já me era insuportável. Uma carta pareceu-me a alternativa ideal para colocar um ponto final, para te fazer ver aquilo que recusas enxergar.

Naquele dia, pedi-te para termos uma última conversa, mas fingiste não perceber o motivo. Na tua óptica estava tudo bem, tudo tão tranquilo, tudo tão normal...

Como é que nunca conseguiste perceber que aí é que residia o problema?! O marasmo sufoca-me, a monotonia e a rotina consomem-me, a acomodação mata-me! Aborreço-me com o óbvio e com dados adquiridos! Aos poucos... senti-me aniquilada, desfeita e a perder o meu amor-próprio.

Perguntaste-me se algum dia te amei. Respondi-te que sim. Porque efectivamente... amei. Quiseste saber como deixei de te amar "de repente". Até nessa pergunta fizeste prova de total falta de noção do que se passa à tua volta, do que as pessoas que te rodeiam sentem ou desejam!

Eu não deixei de te amar "de repente"! O teu egoísmo, egocentrismo, a tua falta de sensibilidade, de entrega encarregaram-se de, a pouco e pouco, ir matando tudo o que de bom havia em mim... O amor foi-se! Conseguiste até levar-me a duvidar do que isso seja! És mestre em destruir sentimentos!

Tal como te disse, recuso-me continuar a fazer parte do teu mundinho, a ser vista como alguém que está definitivamente conquistada. Se te tivesses dado ao trabalho de me conheceres, na verdadeira acepção da palavra, saberias que nunca me sinto completamente conquistada! Sou exigente? Sou uma permanente insatisfeita? Talvez... Mas prefiro pensar que sou antes alguém que quer dar, mas que também quer receber; que se preocupa com os outros, mas que também reclama atenção e dedicação. Não sou Jesus-Cristo. Não dou a outra face.

Despediste-te dizendo que nunca ninguém viria a amar-me como tu... Foi a gota d'água! Nem num momento tão delicado foste capaz de pôr de lado a tua arrogância e o teu pretensiosismo!

Se chamas amar à forma como me vias e me tratavas... digo-te que prefiro mesmo nunca mais ser "amada".

 

Se algum respeito ainda tens por mim, peço-te que nunca mais me procures, que faças de conta que nunca existi... De mim, não darei mais um único sinal. Quero ficar longe de ti. O mais longe possível. Fazes-me mal! 

Adeus.

 

Atenção! Esta carta responde a um desafio que me foi lançado! Não é dirigida a absolutamente ninguém! Qualquer semelhança com factos ou pessoas reais é pura coincidência. Era suposto passar o desafio a umas quantas pessoas, mas não o vou fazer, pois confesso que foi um "exercício" que me esgotou psicologicamente... Quem achar interessante, sinta-se desafiado!

 

publicado por Teia d´Aranha às 18:06 | Comentar | Ver comentários (54)

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