Sexta-feira, 12.06.09

Quando o calor aperta...

 

"... a sede desperta" era, há uns anos, o slogan que anunciava a chegada do Verão e de um produto qualquer. Penso que era do gelado Corneto, mas não tenho a certeza nem isso interessa agora.

 

O calor também me desperta a sede, mas traz a reboque uma vontade de não fazer nenhum que até dói! Vontade essa que sou obrigada a contrariar a toda a hora, sobretudo nesta altura em que o trabalho se reproduz como coelhos e, como se isso não bastasse já para eu subir pelas paredes, ainda me lembrei que era giro fazer uma formação que até me vai ocupar um ou outro sábado. A minha estupidez não tem limites... Por isso é que a produção escrita aqui no estaminé nunca esteve tão fraquinha. A falta de tempo tem sido, sobretudo, a grande culpada da minha ausência, pois vontade de escrever não tem faltado e assunto idem idem, aspas aspas...

 

E adivinhem sobre que tema me tem apetecido dissertar (?) Sobre os/as chamados(as) "coninhas" que se atravessam na nossa vida, que vêm de mansinho, como quem não quer a coisa...

 

Mas o que é um(a) coninhas?

 

Há já muito tempo, a Gaja deu a definição. Segundo ela, "Entenda-se por uma pessoa coninhas o seguinte (e aprendam comigo que eu não duro sempre) : Uma pessoa coninhas, por norma, nunca se chateia com nada. Podemos mandar-lhe três basaltos da calçada no meio da testa, gritar-lhe quatro ou cinco asneiras ao ouvido, que aquela carinha nunca muda de figura. Transporta sempre um sorriso parvo e um ar angelical. Uma pessoa coninhas nunca fala alto e acaba quase sempre as palavras que diz, em inhos e inhas. É típico desta espécie mostrarem aos outros o quanto as suas vidas são perfeitas....os filinhos....os maridinhos....as mulherzinhas.....a casinha.....o cãozinho......o carrinho.....".

 

Resumindo e concluindo, nesta definição, um(a) coninhas é alguém que nem caga nem desocupa a moita ou, em português mais rude, é quem nem fode nem sai de cima. É quem parece um(a) santo(a), mas de pau oco. É quem não avança nem recua. Não é doce nem salgado. É insípido. Sem gostinho nenhum. E normalmente desempenha esse papel a tempo inteiro.

Os(as) coninhas, encontramo-los(as) em todo o lado: no local de trabalho, nas filas de trânsito, nas repartições públicas... São os(as) que se juntam a nós nos protesto contra a entidade patronal, mas que lhe lambem as botas na primeira oportunidade, que fazem serões sem reclamar, sem um "ai" e ostentando o tal sorrizinho parvo como se se tratasse de uma imagem de marca; são os(as) que vão no meio da estrada a 20km hora e a travar; são os(as) que dizem  "sim" e passados cinco minutos "não" e dez minutos depois "não sei" ou "talvez"; são os(as) que respondem que estão óptimos(as), relaxadíssimos(as) e que a vida é linda e é sempre a "bombar" quando, na realidade, são donos de uma vida de merda e sem estórias para contar...

Mas há quem seja coninhas em part-time. Eu sou-o quando me dá jeito. E sobretudo quando dou de frente com alguém que pensa que sou mais coninhas do que ela própria. Nesses momentos, entro no jogo, não contrario e convenço-o(a) de que sou estúpida todos os dias e que, além de estúpida, sofro de miopia e de surdez, ou seja, que sou totalmente tapadinha, quase uma atrasada mental. Sendo assim, interpretar sinais e ler nas entrelinhas é algo que pareço não saber fazer. Mas sei. E demonstro até um talento especial nesse domínio. Sei juntar "pontas soltas"  e somar isto mais aquilo como pouca gente, se me permitem a falta de modéstia.

 

Se este post é algum recado? É.

Por que não o digo directamente à pessoa em causa? Porque é coninhas a tempo inteiro e eu seria obrigada a fazer um desenho. E esse é um talento com que não fui brindada.

 

 

 

publicado por Teia d´Aranha às 22:35 | Comentar | Ver comentários (24)
Domingo, 22.03.09

Lucílio Baptista abandona a arbitragem e ingressa no cinema

 

Depois de ter reconhecido o erro de arbitragem cometido, ontem, na final da Taça da Liga, Lucílio Baptista resolve deixar a arbitragem.

Na base desta decisão esteve não só o seu mau desempenho profissional, mas também o facto de ter sido convidado para ingressar na sétima arte.

 

 

Está já confirmado que tanto ele como os seus árbitros auxiliares aceitaram fazer parte do novo elenco do filme Blindness II. 

Lucílio Baptista ainda tentou ser contratado para a nova temporada da Anatomia de Grey, mas os produtores da série alegaram que jamais poderiam ter no seu conjunto de actores alguém que não distingue o peito do braço...

 

 

publicado por Teia d´Aranha às 23:08 | Comentar | Ver comentários (22)
Terça-feira, 10.02.09

Há amores que estrangulam...

Quem nunca desejou um amor incondicional? Não falo do amor entre pais e filhos, entre irmãos. Esse é inquestionável (ou deveria ser). Refiro-me ao amor sem limites de um homem ou de uma mulher. Quem nunca desejou ser amado(a) sem reservas, rodeado(a) de todas as atenções? Quem nunca quis ser o mundo, o universo de alguém?

Não vale a pena negar o óbvio: passamos a vida em busca da felicidade e do amor, na procura daquela pessoa que nos "encha as medidas" e na qual nos encaixemos na perfeição. De corpo e alma. Uma sintonia inequívoca.

Para muitos essa busca poderá vir a revelar-se infrutífera, deitando por terra a tal teoria de que existe sempre, algures, a nossa outra metade. Até porque esse "algures" pode ficar no outro lado do mundo, reduzindo, assim, tragicamente as hipóteses de com ela nos cruzarmos. Ou então, pode até dar-se o caso de encontrarmos alguém com quem nos sintamos emocionalmente aconchegados, mas não plenamente preenchidos. Como aquela peça do puzzle que até cabe naquele espaço, mas depois não se une de forma perfeita às restantes. Ainda não é a tal peça.  

Existem depois os afortunados. Os que têm a sorte de encontrar a outra metade praticamente ao virar da esquina. E, quase sempre, quando menos esperavam ou quando já não acreditavam ser possível, fruto de experiências anteriores mal sucedidas. Mas eis que, um belo dia,... aí está ela... a tal pessoa!

 

Há quase dois anos, um amigo meu confidenciou-me um encontro destes, onde sentiu que she's the one. E a forma como me ia relatando os factos e o turbilhão de sentimentos em que estava mergulhado, abalou por completo a minha idéia de que os homens não sentem de forma intensa e de que jamais põem a nu afectos, dúvidas, receios e desejos. Não poderia estar mais enganada! Tinha diante de mim um homem vivido, mas com a euforia de um menino que acabara de dar o primeiro beijo... Euforia, no entanto, ensombrada por um facto ao qual não podia fechar os olhos: ela estava ligada a outra pessoa por algo chamado... casamento. Recente, mas ainda assim... um casamento. Sem filhos... mas um casamento. E isso pesa!

Não vale a pena estar com falsos moralismo e vestir uma expressão de condenação. Atire a primeira pedra quem nunca deu um passo que não era suposto dar. Não recriminei o meu amigo, mas nunca deixei de o alertar para o desgaste psicológico e emocional que uma relação daquelas poderia acarretar. Contudo, também lhe fui dizendo que se os sentimentos dele eram correspondidos, lá chegaria o dia em que aquela mulher ficaria ao seu lado. Sim, porque na minha modesta visão, quem se envolve com outra pessoa, tendo um casamento às costas, é porque algo está mal.

Passaram quase dois anos. E ontem, tive novamente "diante" de mim, o tal menino, mas com lágrimas, invadido por uma decepção monstruosa, completamente perdido e derrotado, magoado da queda, mas recusando-se a tratar as feridas por achar que é um esforço em vão. Um guerreiro vencido pelo cansaço de lutar contra fantasmas.

Já o tinha sentido assim, cheio de interrogações e de desalento ao longo destes dois anos, nas várias conversas que fomos mantendo. E confesso que não sei como conseguiu aguentar, como foi capaz de se contentar com encontros fortuitos, com ausências prolongadas e sobretudo com promessas que nunca mais eram cumpridas. Só encontro uma explicação: cegueira emocional, meu amigo! Quando o coração nos coloca uma venda os olhos para que não possamos enxergar o óbvio, pois o amor que sentimos é mais forte do que tudo e porque nos agarramos a uma esperança, mesmo ténue, como se de uma tábua de salvação se tratasse.

 

Eu dou a mão à palmatória: há atitudes que não entendo, há formas de determinadas pessoas se posicionarem face ao amor que me escapam. Como é que uma mulher  (aquela por quem o meu amigo se apaixonou perdidamente) passa dois anos num impasse, numa vida que não a satisfaz, junto de um homem que, provavelmente já nada lhe diz, se envolve com outro que diz amar acima de tudo, com quem projecta um futuro, uma vida, de quem recebe tudo (uma fidelidade e uma entrega raras) e, no fim, diz que está confusa, que não consegue tomar uma decisão, que não tem coragem, que é fraca?! Como é possível?!

Sim, é fraca! Sem dúvida que o é! Fraca e imatura. Quem opta por manter uma vida postiça em vez de tomar as rédeas do próprio destino... só pode ser muito fraca e covarde. Quando nada há que obrigue a manter uma relação (nem sentimentos, nem dependência financeira, nem filhos) e há outro alguém que se ama, que nos ama, que nos escancara as portas do seu mundo, que se prontifica a tudo por um amor singular e, mesmo assim, isso não é o bastante para uma tomada de atitude... Que nome poderemos dar a isso? É amor? Só se fôr um amor que estrangula, que fere, que destrói, que mata.

 

Ontem teria gostado de ser dona de todas as repostas, mas mais não consegui do que ser dura, do que tentar fazer com que o meu amigo compreenda que a vida não tem o modo pause, não permite paragens de tempo, não permite prolongar ad eternum beijos, abraço e juras de amor. Há que seguir em frente, ou pelo menos, tentar. Há que fazer o luto. E dar tempo. E dar espaço.

 

(Amigo, obrigada por me teres deixado escrever sobre o que tanto te dói. Mas não o fiz apenas pelo prazer de escrever. Fi-lo porque sei que muito do que já te escrevi, mal leste. Não por mal, mas porque a necessidade de deitares cá para fora tudo o que te sufocava era mais forte do que tudo aquilo que eu te pudesse dizer. Aqui, poderás ler e reler e se, porventura, te magoar demais, eu apago o texto.

Tu mereces ser feliz, muito feliz! Ontem, confessavas que não valia a pena lutar por mais nada. Errado! Vale a pena sim! Vale a pena lutares por ti! Sempre por ti!)

 

 

publicado por Teia d´Aranha às 21:47 | Comentar | Ver comentários (26)

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