Só me faltava isto!

A vida tem coisas tramadas. Quando eu estava disposta a ficar sossegadinha, no meu canto, recolhida na minha teia em retiro... eis que a "guapíssima" Leuviah entra em cena para me desinquietar com mais um desafio.

Vou já dizer-vos que, inicialmente, torci o nariz. Ela começou com um "Ah, é um poema em cadeia, fazes uma quadra e mais isto e aquilo...". Ora, eu gosto  muito desta coisa das letras, mas poesia não é a minha "praia" e por cadeias também não morro de amores. Ainda por cima, quando mencionou a palavra "quadra", pensei logo: "Nãããooo... estás cá com uma sorte que nem te estreias!" A minha mente foi invadida de imediato por imagens de santos populares, arraiais, sardinha assada, manjericos, martelinhos e alho-porro e... eu sou pouco dada a esse tipo de manifestações populares em massa. Gosto de confraternizar, mas não precisa ser aos magotes!

Bem, mas voltemos à questão do desafio que o adiantado da hora não está para assuntos periféricos. Quando vi realmente do que se tratava e li o que os "amigos bloguistas" já tinham escrito, fiquei com comichão na ponta dos dedos e o que parecia, inicialmente, poder vir a ser fastidioso, revelou-se bem estimulante e permitiu-me soltar a Florbela Espanca que há dentro de mim... (esta imagem não foi lá muito feliz, mas já está!).

Como todos os desafios, também este  teve um "pai" que estabeleceu as regras. Regras essas que, como convém, existem para serem infringidas (já que tenho fama de fora-de-lei, passo a ter o proveito!). A Leuviah falou-me numa quadra, mas eu não consigo escrever a "metro" e, por aquilo que constatei, outros também não o conseguiram. Assim sendo, sinto-me à vontadinha para prevaricar e dar asas à minha veia poética.

Ah! É suposto passar o desafio a uma pessoa... Gaja, vai buscar! É para ti! E devo ainda publicar as últimas sete criações artísticas e só depois dar continuidade à "obra" com a minha singela prestação literária... Aqui vão as sete:

Pessoinha  suspirou...


Pudera o tempo parar,
Para nos meus braços junto a mim te manter.
E assim jamais voltasse a chorar
A tristeza de te perder!

 

A Crisálida inspirou-se...


Ter para sempre nossas almas entrelaçadas
Apaixonadas, afinizadas, enamoradas
Construindo só para nós um Conto de Fadas
Para transformar as pedras das nossas estradas
Em jóias muito raras, amorosamente lapidadas

 

E Wicked_Mind deu continuidade...

 

Doces palavras não mais sussurradas

Mil segredos que não mais o são

Beijos, carícias, juras de amor declaradas

Mil telas em branco, pinceladas de paixão

  

E o Velhos, Cotas & Afins a ver vamos...

 

 Com
Pinceladas de paixão
Meus dedos meus lábios
percorreram
teu corpo ensombrado
húmido
fremente delirante
Desesperados
um no outro
contemplamos o infinito.
O Amor?!
  

E a Maison Thathys viu e assim se esmerou...

 

Será?

Ou será apenas um milimetro dessa eterna fragância

Que eu guardo desse corpo

Dessa voz

Dessas mãos

Desse sonho, que por vezes me assalta a noite

E me deixa assim a pensar em ti...

Por onde andarás?

 

E o  Perfeito Estranho assim constatou...

 

Que ar respiras neste meu sufoco?

Por essa negra iluminada noite

Esqueces-te teus lençois e a mim

Apagas-te o amor... nosso devaneio louco

 

A Leuviah apontou...

 

Tentei esquecer-te, apagar-te, fugir de ti...

Mas a nossa loucura efervescia dentro de mim

E agora que realizo que te perdi...

Como vais voltar para mim?

 

Se repararem bem, a Leuviah deixou-me com uma espécie de "batata quente" na mão... Dêem uma olhadela ao último verso da "miúda"e... vamos ver como me safo...  

 

A Teia sussurrou...

 

Quero-te...

... mas não me ouvirás chamar-te, nem fazer qualquer sinal que denuncie a minha sede de ti.

Espero-te...

... mas terão de ser os teus passos, o teu desejo, a tua certeza a trazerem-te de volta.

Desejo-te...

... mas em pleno, sem limites, sem recuos, despido de dúvidas e de inquietude.

 

E, se um dia, sentires que é nos meus olhos que está o reflexo dos teus, que é na minha mão que está o toque da tua, que é no meu corpo que está o calor do teu... nesse dia... sussurrar-te-ei...

... amo-te. 

 

 (Donna Maria - Quase Perfeito)

  

Sinto-me: Florbela Espanca!
publicado por Teia d´Aranha às 00:39 | Comentar