Ah, pois é! Hoje calha-me a mim...

 

Não sou dada a festejos no meu aniversário. Nem sequer guardo memória da última festa que tenha organizado para assinalar a data. Recordo apenas duas épocas bem distintas: uma em que, ainda pequena, festejei em pleno areal da praia, com os amiguinhos das barracas vizinhas; e outra, já mais crescidinha, na Madeira, em que os convidados do casamento de um amigo meu foram "obrigados" a cantar-me os "Parabéns a você..."

Normalmente, é até um dia em que fico na dúvida se atendo o telefone, se saio, se abro a porta de casa ou se simplesmente me enfio dentro do roupeiro fazendo figas para que o dia passe a correr. Regra geral, a última opção é a eleita.

Mas, este ano, resolvi que a coisa teria de ser diferente. Por isso, não me vou fechar no roupeiro, mas sim na despensa, que sempre é maior e tem comidinha!

Aniversário que se preze faz-se acompanhar, quase sempre, de uns presentes... Há quem, como uma criança, arda de impaciência à espera de ser submerso em embrulhos. Não é o meu caso, a não ser que desconfie que possam vir aí livros ou música. Dá-me mais gozo oferecer ou receber "fora d'época" e a propósito... de nada... só porque sim...

Por isso, esqueçam as jóias (que nem uso), o carro topo de gama, o apartamento no condomínio de luxo e o cruzeiro de 180 dias... Mas, se insistirem muito, posso dar-vos, por via a combinar, o meu NIB...

 

O que eu quero mesmo, hoje, amanhã e nos anos que possa ainda viver é...

... o amor sem reservas dos familiares que sempre estiveram e estão presentes no meu dia-a-dia e que me têm ajudado a ser aquilo que sou hoje;

... o apoio, a compreensão, a capacidade para me apontar os erros e o afecto dos meus amigos de sempre, mesmo dos que a geografia teima em distanciar. 

 

Mas quero mais de mim. Quero continuar...

... a ter força e determinação para lutar por aquilo que ambiciono e para me levantar a cada rasteira que a vida me pregar;

... a ter discernimento para tomar as opções mais correctas e para agir sem nunca trair os meus princípios e valores;

... a não desiludir quem conta comigo e quem em mim confia;

... a ser igual a mim própria, com os meus defeitos e virtudes, mas sobretudo sem nunca perder a capacidade de melhorar a cada dia e sem abdicar da minha liberdade de agir e de pensar.

 

No fundo, no fundo... quero continuar e ser a TEIA... para a maioria de vós, a BETA.... para os amigos, a Bétinha... para a família (vá, vá... acabem lá com a risada!)

 (Queen - These Are The Days Of Our Lives)

 

Sinto-me: ligeiramente mais velha...
publicado por Teia d´Aranha às 00:24 | Comentar