Orgulhosamente só ou tristemente acompanhado(a)?

Um filme que vi ontem e uma breve conversa de "gaijas", resultou neste post que corre sérios riscos de ser abordado de forma séria... ou não. Veremos.

 

O ser humano, dizem, não foi feito para viver sozinho. E verificamos que existe  realmente quem não consiga estar só, sem alguém com quem partilhar a sua vida.  E conseguem mesmo permanecer dezenas de anos ao lado do(a) mesmo(a)(a) companheiro(a). Outros há que, posteriormente, quando o que era mágico se torna irritante e insuportável, optam por passar a viver orgulhosamente sós. Sós, mas aliviados e com o seu espaço, o seu tempo e, não raramente, a sua personalidade de volta.

Mas há ainda quem, não por opção, mas por factores de diversa ordem esteja só. Não orgulhosamente só. Apenas só. Carregando o fardo da solidão e arranjando subterfúgios de toda a espécie para camuflar totalmente ou simplesmente maquilhar um vazio emocional.

 

Todos precisamos de afecto, sem dúvida. Mas há quem o reclame, o anseie a tempo inteiro e quem apenas o deseje  em part-time, sem qualquer compromisso ou obrigatoriedade. 

No seguimento do tal filme, a pergunta que ontem deu consistência à conversa com outra "blogueira" aqui do sítio foi:  

 

Viver com alguém só por carência afectiva... justifica-se? Apenas para não sentir o peso da solidão?

 

A minha amiga dizia que com o tempo as pessoas aprendem a gostar. Eu discordei veementemente. Para mim, ou se gosta ou não se gosta, ou se ama ou não se ama. Talvez seja o meu radicalismo a falar mais alto, mas não creio que o tempo opere milagres, que faça nascer sentimentos que nem em estado embrionário se encontram. O que, na minha visão, pode acontecer é criar-se o hábito de estar com aquela pessoa. Mas passar uma vida inteira ou apenas parte dela com alguém por mero hábito é aceitável? Preenche mesmo a necessidade de afecto?

 

publicado por Teia d´Aranha às 18:54 | Comentar