Tupperware Versus Tuppersex
Sei que há um número infindável de coisas que me passam ao lado. Que poderia andar mais informada, mais dentro de tudo o que se passa à minha volta, mas a verdade é que tenho as minhas lacunas.
Hoje, confirmei isso mesmo enquanto ouvia o programa Prova Oral, na Antena 3.
Tal como muitos de vós, eu já tinha ouvido falar de reuniões que se fazem em certos domicílios para demonstração deste e daquele produto.
Há para todos os gostos: colchões milagrosos que retiram todas as maleitas conhecidas e desconhecidas; aspiradores que dão cabo do canastro a tudo o que é sujeira e ácaros; tachos e panelas com 25 anos de garantia que cozinham de todas as formas e feitios e cujo peso lhes confere também características de arma de arremesso. E há, claro está, os famosos recipientes em plástico, de formas, cores e tamanhos diversos da prestigiada marca Tupperware. À pala desta marca, já muitas senhoras se reuniram em bando, bebericando litros de chá e morfando quilos de bolo, enquanto mergulhavam no fantástico mundo dos plásticos. Deste universo, eu já tinha ouvido falar!
Hoje, graças à rádio, alarguei os meus horizontes e penetrei, salvo seja, numa outra dimensão: no Tuppersex!
Eu sei que, neste momento, represento, para a maioria de vós, o expoente máximo da ignorância, mas também têm de admitir que é necessária muita coragem para me expor publicamente desta forma.
Pelo que percebi, as reuniões de Tuppersex, desenrolam-se à imagem das da Tupperware, sendo substituídas as caixas herméticas por adereços eróticos que prometem concretizar as mais variadas e loucas fantasias. As senhoras do cházinho e do bolo dão também lugar a mulheres que anseiam viver, nem que seja por uns escassos minutos, aventuras dignas de novos episódios da série "OSexo e a Cidade".
Mas ao contrário das vendedoras da Tupperware que se deslocavam com toneladas de caixas, as da Tuppersex desembarcam em casa dos clientes com a famosa "Mala Vermelha", repleta de acessórios que são um verdadeiro desafio à imaginação.
Resumindo e concluindo, os mais tímidos podem, desta forma, ter (in)formação, dada por uma especialista, e adquirir, na intimidade do lar, todos os artefactos necessários à realização das mais secretas fantasias, evitando o possível embaraço de uma ida à sex shop mais próxima.
Segundo parece, é de bom tom, no final de cada reunião, dar uma pequena lembrança à pessoa que gentilmente cedeu a casa. No caso da Tuppersex... talvez a palavra "pequena" esteja desajustada... não faço ideia!
Agora, digam-me, era só mesmo EU que ignorava tudo isto?
P.S.: Pesquisei e fiquei a saber que a "Maleta Roja" surgiu em Espanha. Nuestros hermanos sempre muito mais... à frente!
(Ben Harper - Sexual Healing)