E Alpalhão não vale!

 

Sabem aquelas alturas em que parece que o marasmo se instalou de armas e bagagens na nossa vidinha? Em que o dia de hoje é a cara chapada do de ontem e apresenta contornos semelhantes ao de amanhã? Pronto... esse é o sentimento que me tem dominado. E se há gaja a quem a rotina provoca uma comichão do caraças e uma azia desgraçada, essa gaja sou eu!

 

Vai daí, numa tentativa deseperada de muda-de-vida-antes-que-o-ponto-alto-dos-teus-dias-seja-o-trajecto-para-o-centro-de-dia-numa-carrinha-repleta-de-séniores, resolvi que está na hora de acordar e de arregaçar as mangas antes que seja tarde demais e me encontrem num qualquer Bingo, rodeada de amigas septuagenárias, excitadíssimas com a perspectiva de fazer mais uma linha.

 

A teoria é uma coisa muito bonita, sim senhora, mas, na prática, começo por onde? perguntei a mim própria. Ó estúpida, começas por levantar o cu do sofá e bazares de casa! respondi também a mim própria, tentando pôr termo a este descabido monólogo interior. Ok, ok... e bazo para onde? voltei teimosamente a perguntar ao meu alter-ego. Epá, és acéfala?! Pensa, mula! repondeu aquela parte de mim mais carinhosa e que quase sempre me caracteriza.

 

Como ser obediente é também uma das qualidades mais marcantes da minha personalidade ( bem, abelha!), pensei... pensei... voltei a pensar e concluí que levantar o cu do sofá e bazar de casa não chega. Isso já eu faço para ir trabalhar, para ir ao supermercado ou para levar o lixo ao contentor. Não basta bazar uns minutos ou umas horas, pois, como eu sempre digo, "se é para fazer... que seja em grande!". Há que dar à sola, é verdade, mas acompanhada de uma mochila com umas mudas de roupa e com o depósito do carro atestado.

E é aqui que vocês entram! Entram, não no meu carro, mas neste esforço de dar um pontapé à monotonia e um soco à Sá Pinto na pasmaceira.

 

 

O meu pedido é coisa simples: puxem pela cabecinha e recorram aos vossos conhecimentos geográficos/turísticos e deixem aqui sugestões de destinos (tipo vá pra fora cá dentro/escapadinha) que encham as medidas a qualquer um. Mas como eu não sou qualquer uma, esses destinos têm de obedecer obrigatoriamente a determinados requisitos, a saber:

 

- sossego q.b.,

- paisagens de tirar o fôlego,

- gastronomia de comer e chorar por mais,

- alojamento que esteja um nível acima da Pensão Estrelinha e um nível abaixo do Hilton Vilamoura.

 

Juro que tentei não vos meter ao barulho e para isso, confesso, até fui buscar um mapa, fechei os olhos e lancei o dedo em direcção ao desconhecido, fazendo figas para que esse desconhecido não implicasse coisas como tendas de campismo e sacos-cama. E o que ditou a sorte...? ALPALHÃO (wtf?!).

Respirei fundo, pus de lado as minhas reservas em relação ao nome da terra e fui investigar. Às tantas, no meio da minha intensa e animada pesquisa, deparo-me uma imagem daquela singela localidade que me prega ao monitor:

 

 

Caros amigos, se o ex-libris de uma localidade for uma escultura representando um dedo que aponta vigorosamente para o céu, um monumento consagrado às manicures... não contem lá comigo! Alpalhão não vale!

 

Bora lá sugerir outra coisa que isto é coisa p'ra ontem!

  

 

publicado por Teia d´Aranha às 20:10 | Comentar