He's the man... He's the boss...

Se pelo título pensam que vou falar do meu patrão... afastem já esse pensamento negro da vossa mente! Do meu patrão não falo! Primeiro, porque não merece qualquer tipo de protagonismo; segundo, porque se falasse da entidade patronal dava-me já um ataque de urticária que só terminaria quando ficasse sem unhas; terceiro, porque não perco tempo a falar de pessoas que não interessam nem ao Menino Jesus!

 

Vou falar sobre... uma paixão. Não  sobre aquela paixão que nos tira a fome e o sono (porque nos absorve de corpo e alma),  não aquela que nos dá aquele friozinho na barriga, que nos faz andar com um sorriso de orelha a orelha, exibindo o teclado, e que faz com que, de repente, tudo nos pareça maravilhoso. A paixão de que vos vou falar... é outra.  Mas para isso tenho de recuar uns anos, pode ser?

 

Quem me conhece sabe que a música sempre ocupou um lugar de destaque na minha vida, embora não saiba ler uma nota, nem tocar o que quer que seja. Consigo passar horas a falar de música, de letras, de bandas, embora só o consiga fazer com quem viva de forma igualmente intensa este gosto e, à minha "volta", só existem duas pessoas assim que, para além do gosto e da cultura musical de que são detentores, ainda conseguem saber tocar... Odeio-vos, "gaijos"!!!

 

O meu "acordar" para a música deu-se logo em pequenina. O verbo "acordar" não é usado em vão... Imaginem, logo pela manhã, na missa dominical, levarem com um coro de igreja, composto por velhas a tresandarem a naftalina e onde cada uma delas fazia um esforço descomunal para que a sua voz se fizesse ouvir acima de todas as outras!

 

Já adolescente, tentei aprimorar o meu gosto. Mas não estava fácil... Era a altura em que os meus sentidos começavam a despertar para outras realidades, mas altura também em que as cantorias com que a minha tia brindava  todo o bairro e vizinhança, num raio de 40 quilómetros, me obrigavam a aumentar o som da minha música de forma considerável.

Vocês não estão bem a ver (nem a ouvir), mas eram bem difícil abafar um "Eu sei, meu amor, que nem chegaste a partir, pois tudo em meu redor me diz que estás sempre comigo... e blábláblá", gritado a plenos pulmões!!! Pior... só ouvir a Carmen Miranda!

 

Ainda na adolescência, graças ao meu primeiro namorado que tinha a mania que era DJ, fui alargando o leque de conhecimentos e foi aí que me apaixonei! Não pelo meu pseudo Dj (essa paixão já durava há muito), mas sim por este senhor...

Ok...ok...ok! Eu confesso! O que me chamou a atenção, em primeiro lugar, não foi o senhor, mas sim a respectiva "matrícula"... Sim! Que querem?! Sou uma "gaija" que olha para os rabos... É crime? Também aposto que o mulherio já me está a crucificar: " Mas o tipo é um cota... e coiso e tal...!" E daí? É um cota que dá "bailinho" a muito marmanjo que anda por aí...

Vista a revista a capa, decidi ouvir o som do Boss... Esqueci de imediato o traseiro dele e concentrei-me nas letras e músicas... Estava rendida!!!

Já na faculdade, mergulhei a sério no mundo do Bruce, graças ao U. que me fez ouvir coisas que não conhecia...

 

Tudo me fascina no Boss: a mestria com que compõe, toca, a cumplicidade que cria com o público, o anti-vedetismo que o caracteriza... Simplesmente ge-ni-al!!!

Quem não conhece... tente ouvir atentamente, concentre-se nas letras que me dizem tanto... Se eu fosse "gaijo", escreveria coisas assim, de certeza! E se há coisa que lamento muito nunca ter podido fazer... é ter assistido a um concerto dele... Dava uns aninhos da minha vida para o ver ao vivo! Digam lá se não é fantástico?

 

 (Bruce Springsteen - Waitin' On a Sunny Day)

 

(Se repararem... a meio do vídeo... na 1ª fila... o Boss aponta para uma faixa onde se lê Portugal. O concerto foi em Barcelona...)

 

("Gaijas", digam lá se também não se derretiam se alguém vos dissesse, tal como na canção,

 

 "Without you, Im a drummer girl that cant keep a beat
An ice cream truck on a deserted street
I hope that youre coming to stay
" ?)

 

Sinto-me: Fã nº1!!!
publicado por Teia d´Aranha às 13:26 | Comentar