O reverso da medalha
Foi muitíssimo estranho, há uma semana, "ver" o meu blog dar um programa de rádio.
Mas quase tão ou mais estranho do que isso foi, esta 6ª feira, entrar na livraria onde sou cliente habitual (e apenas a uns metros de minha casa) e ser cumprimentada com um "Boa tarde, Dona Teia d'Aranha!".
Se anatomicamente tivesse sido possível, sei que, naquele momento, me teria caído tudo no chão.
Imagino agora o dono da livraria a ler o blog e a pensar: "Quem diria, hein? Vem aqui comprar a sua colecçãozinha de cd's do Boss, a sua Blitz, um ou outro livro, sempre muito discreta, muito educada e vai-se a ver... escreve coisas capazes de fazer corar o próprio Bocage!"
E o que poderei eu responder: "Olhe, não dizem que a escrita liberta? Pois é... eu sou uma espécie de foragida. Assim que começo a escrever, liberta-se-me a alma e destrava-se-me a língua..."
Tive receio que esta situação me fizesse sentir constrangida ou pudesse condicionar a minha escrita daqui para a frente, mas constato que não me provocou o mínimo "arranhão". Eu estava perfeitamente consciente do "risco" que corria ao rejeitar o anonimato no programa. Porque quem não me aceitar tal como sou, tal como escrevo... só tem de fazer inversão de marcha.