Sábado, 13.03.10

O reverso da medalha

 

Foi muitíssimo estranho, há uma semana, "ver" o meu blog dar um programa de rádio.

 

Mas quase tão ou mais estranho do que isso foi, esta 6ª feira, entrar na livraria onde sou cliente habitual (e apenas a uns metros de minha casa) e ser cumprimentada com um "Boa tarde, Dona Teia d'Aranha!".

 

Se anatomicamente tivesse sido possível, sei que, naquele momento, me teria caído tudo no chão.

 

Imagino agora o dono da livraria a ler o blog e a pensar: "Quem diria, hein? Vem aqui comprar a sua colecçãozinha de cd's do Boss, a sua Blitz, um ou outro livro, sempre muito discreta, muito educada e vai-se a ver... escreve coisas capazes de fazer corar o próprio Bocage!"

 

E o que poderei eu responder: "Olhe, não dizem que a escrita liberta? Pois é... eu sou uma espécie de foragida. Assim que começo a escrever, liberta-se-me a alma e destrava-se-me a língua..."

 

 

Tive receio que esta situação me fizesse sentir constrangida ou pudesse condicionar a minha escrita daqui para a frente, mas constato que não me provocou o mínimo "arranhão".  Eu estava perfeitamente consciente do "risco" que corria ao rejeitar o anonimato no programa. Porque quem não me aceitar tal como sou, tal como escrevo... só tem de fazer inversão de marcha.

 

 

publicado por Teia d´Aranha às 21:46 | Comentar | Ver comentários (13)
Domingo, 19.10.08

Retrato da minha vida

Tenho andado sem energia. Sem tempo. Sem ânimo. Sem dinheiro. Talvez não seja a única. A crise económica, o pessimismo, a falta de confiança no futuro, o medo do colapso chegaram a todo o lado... e a todos.

 

O domingo até costuma ser o meu melhor dia da semana. Sobretudo quando o sol se deixa de caprichos e dá um ar da sua graça. O povo sai à rua e sempre dá para animar... ou dava.

 

Hoje está a ser um domingo diferente. As ruas estão praticamente desertas. Evita-se sair à rua e, consequentemente, gastar dinheiro.

Alguns casais, a maioria já de idade avançada, vêm até à praia, mas estacionam o carro na marginal e ali ficam. Normalmente, ele vai lendo o jornal ou ouvindo uma estação de rádio local, acabando, não raras vezes, por adormecer. Ela, munida da agulha de crochet, vai dando laçadas e traçando desenhos que lhe desviam o pensamento daquela vida tão sem sabor. De quando em vez, desvia o olhar para algum dos poucos casais que passeiam de mãos dadas e sente nostalgia do tempo em que aquela imagem era sua e daquele homem que ressona ao seu lado. Não sabe porque tudo se tornara tão diferente, mas também já não quer saber. Já não estou em idade de mudar o que quer que seja, pensa ela.

 

Devem estar a pensar em que é que tudo isto me afecta. Mais do que possam imaginar... Sinto, cada vez mais, que o meu optimisto e a minha capacidade de lutar me foram roubados. E é no auge deste meu sentimento que me vou abaixo, que me afundo no desalento e que mergulho num sono profundo, desejando, secretamente, não mais sair dele... 

 

 

 

 

publicado por Teia d´Aranha às 16:35 | Comentar | Ver comentários (15)

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